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quinta-feira, 22 de maio de 2014

"O sangue dos mártires é a sementeira da Igreja"

Como bem disse Tertuliano, “O sangue dos mártires é a sementeira da Igreja”. Tal assertiva expressa plenamente, de maneira simbólica, qual o papel exercido pelos primeiros cristãos no cenário eclesiástico mundial. O autor da Epístola aos Hebreus retrata fielmente as agruras enfrentadas por nossos irmãos no início da Era Cristã: “Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada [...]” (Hb 11.37). Se o Evangelho chegou até nós isso ocorreu, em primeiro lugar graças a Deus, é claro, e como segundo fator, é inevitável que citemos os primeiros cristãos que, apesar do sofrimento que lhes foi infligido e das circunstâncias adversas, não negaram a fé e levaram adiante a Palavra.

Fantástico observar a expansão do cristianismo. Começou com o Líder, o Cristo, nosso Deus encarnado. Cristo selecionou como discípulos e como futuros líderes de seu povo, 12 homens com as mais diversas características e personalidades. Esses 12 logo fizeram centenas de outros discípulos, que logo se expandiu para milhares. Após o nascimento da Igreja no dia de Pentecostes, o livro de Atos narra que com a pregação de Pedro, que era apenas um dos discípulos, num dia três mil almas foram agregadas (At 2.41); noutro, quase cinco mil (At 4.4).

Chega um momento em que, qual uma semente germinando, a Igreja não cabe mais em si. O próprio Jesus utilizou essa metáfora, ao se referir à sua morte e ao nascimento da Igreja: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (Jo 12.24). Assim, em pouco tempo ultrapassa as fronteiras de Jerusalém, de Israel, do Oriente Médio.

Um dos fatores que contribuíram para a expansão da Igreja foi a perseguição promovida pelos judeus. Conforme descrito no livro de Atos, tal perseguição na igreja nascente fez com que os discípulos se espalhassem pelo mundo. Por isso, na realidade a expansão geográfica está intrinsecamente ligada à expansão numérica, e vice-versa. Uma vez que os cristãos necessitavam se alocar em outras cidades para fugir da perseguição, aonde eles chegavam se tornava um novo “ponto de pregação” em potencial. Interessante observar que a Bíblia nos relata que “[...] todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47). Noutra porção das Escrituras, vemos Paulo afirmando “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento” (I Co 3.6). I.e., quem faz a Igreja se expandir e a ela acresce os salvos é o próprio Senhor da Igreja.

Certa afirmação contida em Atos 17.6 chama a atenção para o assunto ora em comento: “Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui”. Na referida assertiva, que partiu de alguns “judeus desobedientes, movidos de inveja”, aliada a outros textos bíblicos da lavra do apóstolo Paulo (e.g., Colossenses 1.23, Romanos 1.8, I aos Tessalonicenses 1.8) indicam que todos, de alguma maneira, ouviram o Evangelho no século I d.C. Isso demonstra a grandiosidade da obra realizada em apenas três ou quatro décadas. Como dito anteriormente com outras palavras, o que começou com Um por volta do ano 30 d.C, numa pequena cidade do Oriente Médio, apenas poucas décadas após já eram milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares por todo o mundo. Isso porque a obra é de Deus, e não de homens.



Soli Deo Gloria


Alessandro Cristian

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